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SP - Vale do Paraíba e região

MP é contra recurso de defesa de Robinho para que ex-jogador saia mais cedo da prisão; entenda

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Defesa entrou com recurso alegando que, na Itália, onde o crime foi cometido, o estupro não é considerado crime hediondo. Promotoria diz que a sentença foi transferida para o Brasil, onde o crime é hediondo desde 2013. P2 de Tremembé, para onde Robinho foi transferido em SP; local é chamado de 'presídio dos famosos'.

Foto 1: Reprodução | Foto 2: Laurene Santos/TV Vanguarda

Menos de 10 dias após a defesa de Robinho entrar com recurso na Justiça para que ele ficasse menos tempo na prisão, o Ministério Público de São Paulo se posicionou contrariamente aos argumentos apresentados pelos advogados do ex-jogador.

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Robinho foi condenado a 9 anos de prisão por estupro coletivo cometido contra uma mulher na Itália, em 2013. Como o crime foi cometido em solo italiano, a defesa do ex-jogador, que cumpre pena em Tremembé, no interior de São Paulo, pediu para a Justiça considerar que no país europeu o crime de estupro não é hediondo.

"Trata-se de crime comum sem nenhuma alteração quanto a seu cumprimento, como tal crime é tratado na legislação brasileira [...]. Desta forma, o recorrente passou a cumprir a pena de um crime comum no país solicitante, transmutada para o caráter hediondo, quando, na verdade, sua condenação originária nunca foi hedionda, segundo a legislação italiana", justifica o advogado.

Ainda no pedido, a defesa de Robinho citava que, no Brasil, o crime "recebeu rótulo mais gravoso que aquele previsto originariamente [na Itália]", onde é considerado grave. O recurso ainda será avaliado pela Justiça.

No documento emitido pelo Ministério Público, o promotor Carlos Eduardo Devos de Melo cita que, na certidão de julgamento de Robinho, ficou definida a "transferência da execução da pena imposta pela Justiça brasileira ao nacional brasileiro".

"Ainda conforme salientado pelo julgado da Corte Superior, o processamento da execução de pena, quando transferida para o Brasil após a homologação da sentença condenatória estrangeira, deverá ser regido pelas normativas", explicou o promotor.

"Uma vez validada a sentença estrangeira, aplicam-se as consequências previstas na legislação brasileira, e uma delas é justamente a atribuição da hediondez ao delito cuja pena se executa".

O g1 acionou a defesa de Robinho, mas, até a publicação desta reportagem, não obteve retorno.

A prisão de Robinho e a cultura do abuso no futebol

Recusa

No fim do mês passado, a Justiça havia negado um pedido da defesa de Robinho, que pedia para desconsiderar a hediondez do crime.

Na ocasião, o juiz Luiz Guilherme Cursino de Moura Santos, da Vara de Execuções Criminais de São José dos Campos, citou que o estupro, por si só, já é considerado um crime hediondo.

O magistrado ainda apontou que em 2013, quando o crime pelo qual Robinho foi condenado foi praticado, o estupro já "figurava legalmente no rol dos crimes hediondos".

O que pode mudar

No caso de Robinho, como foi condenado por estupro e é réu primário, é necessário que ele cumpra ao menos 40% do tempo de pena para progredir o regime.

O pedido da defesa, caso aceito pela Justiça, mudaria o cumprimento de pena em regime fechado para 20%.

Na prática, ao invés de cumprir 3 anos e 7 meses de regime fechado antes de progredir, Robinho poderia cumprir 1 ano e 8 meses no regime mais severo.

"O objetivo da defesa é tornar o crime cometido pelo Robinho comum (não hediondo), para que ele possa progredir para o regime semiaberto com o cumprimento de 20% da pena, e não 40% (período necessário em casos de crime hediondo por réu primário)", explica o advogado penal e professor da Universidade do Vale do Paraíba (Univap), Frediano Teodoro.

Robinho está no Brasil e, por ter nascido no País, não pode ser extraditado

Irandy Ribas/Arquivo AT

Condenação

O crime ao qual Robinho foi condenado aconteceu em 2013. Na ocasião, Robinho era um dos principais jogadores do Milan, na Itália. A condenação do ex-jogador, no entanto, só aconteceu no início de 2022, no país europeu.

Robinho foi condenado em última instância pelo crime de estupro coletivo. O crime de violência sexual aconteceu contra uma mulher em uma boate em Milão. Atualmente ele cumpre pena na Penitenciária 2, em Tremembé, no interior de SP.

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Fonte: G1.Globo

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