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Mosquitos transgênicos no Brasil: Entre controvérsias e estratégias no combate ao Aedes aegypti

Conciliando tecnologia e prevenção para o controle do Aedes aegypti

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Recentemente pesquisas para combate à dengue estão sendo discutidas em todos os meios, existem benefícios e existem preocupações, vamos abordar aqui um pouco sobre essas pesquisas, pois o Brasil se tornou pioneiro na utilização de mosquitos transgênicos no combate ao Aedes aegypti, vetor de doenças como dengue, zika e chikungunya. A decisão de liberar comercialmente esses mosquitos gerou debates intensos, destacando questões éticas, ambientais e de segurança.

Desde a última década, o Brasil vem conduzindo testes com Aedes aegypti transgênicos em cidades na Bahia e no interior de São Paulo. Uma controvérsia surgiu em 2019, quando um estudo realizado em Jacobina (BA) e publicado na revista Science, apontou a transferência de genes transgênicos para a população selvagem de mosquitos, gerando híbridos. A repercussão levou à publicação de uma nota de preocupação editorial em 2020, expressando críticas ao estudo.

Dois anos após a polêmica, a empresa Oxitec recebeu autorização do governo brasileiro para comercializar os mosquitos geneticamente modificados em todo o país. A liberação foi respaldada pelo parecer favorável da CTNBio. A empresa Detecta, sediada em Campinas (SP), iniciou a venda do produto em outubro de 2022. O "Aedes do Bem", como é chamado, tem conquistado aceitação em diversos setores.

O kit de tratamento básico, recomendado para liberação por pelo menos oito meses, consiste em caixas contendo cerca de 2,3 mil ovos, dos quais apenas 1,2 mil mosquitos machos são liberados; as fêmeas não sobrevivem. A tecnologia, desenvolvida em um ambiente rico em tetraciclina, utiliza o gene letal tTAV, proveniente de DNA sintético. No entanto, nos Estados Unidos, a liberação experimental é acompanhada de restrições, como a proibição em áreas próximas a fontes de tetraciclina.

As opiniões quanto a segurança se divergem, uma grande parte dos pesquisadores acredita ser uma inovação no combate ao Aedes aegypti. A linhagem transgênica, que não deixa descendência, foi testada na Malásia, no Caribe e em cidades brasileiras. A estratégia da Oxitec consiste em liberar apenas mosquitos machos geneticamente modificados, que se reproduzem com fêmeas selvagens, transmitindo os genes inseridos e levando à morte das larvas, reduzindo a população de mosquitos adultos.

A divergência de perspectivas sobre os mosquitos transgênicos permanece evidente. Enquanto alguns defendem os benefícios com base nos resultados positivos observados no Brasil, outros, como o biólogo José Maria Gusman Ferraz, apontam para a falta de precaução e a necessidade de mais pesquisa sobre os potenciais impactos no ecossistema.

A introdução de mosquitos transgênicos no Brasil não é apenas uma estratégia de combate ao Aedes aegypti, mas também um desafio ético e ambiental. O debate sobre os riscos e benefícios dessas tecnologias precisa ser conduzido de maneira transparente e informada, considerando as implicações para a saúde pública e o equilíbrio ambiental. O país enfrenta o desafio de equilibrar a busca por soluções eficazes com a necessidade de precaução diante das incertezas associadas aos organismos geneticamente modificados.

Enquanto as pesquisas são conduzidas e experimentadas, cabe à população manter todos os cuidados essenciais na prevenção dos focos de dengue, é fundamental continuar investindo em práticas simples, como a eliminação de recipientes que possam acumular água parada, a instalação de telas em janelas e portas, o uso de repelentes e roupas adequadas, especialmente durante os períodos de maior atividade dos mosquitos. A conscientização sobre a importância da limpeza de terrenos, calhas e caixas d'água também desempenha um papel crucial na redução dos criadouros do Aedes aegypti.

Enquanto a tecnologia avança, a participação ativa da sociedade no combate à proliferação do mosquito continua sendo a base da prevenção. A coexistência de estratégias inovadoras com medidas tradicionais é a chave para um controle eficaz das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, garantindo a saúde da população e a preservação do meio ambiente.

Redação Atibaia TV

Fonte: Redação Atibaia TV

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